Postagens mais visitadas

10.01.2015

Cancer II

 4. Os níveis de significação do evento cancerígeno

O comportamento da célula cancerígena mostra uma problemática de crescimento como tema de fundo. Após muita consideração e cautela, a célula decide fazer o contrário. Crescimento caótico e transbordante sem cuidado e sem consideração que não poupa nem territórios estranhos nem a própria base da vida. 

Em conseqüência, as leis do crescimento saudável são ignoradas. A célula cancerígena se coloca acima das regras de convivência normal dentro da associação de células e, sem pudor, rompe tabus de importância vital. Em lugar de assumir o lugar que lhe foi designado e cumprir com seu dever, ela sai perigosamente dos limites e da espécie. 

Dedicando-se a uma se]vagem e egocêntrica atividade divisória, ela se divide para todos os lados. A vizinhança e até mesmo as regiões mais afastadas do corpo começam a sentir sua agressão brutal. A ego-trip forma-se devido a uma ênfase excessiva na cabeça das células, esses núcleos superdimensionados, esses centros hidrocefálicos com sua atividade frenética. 

De fato, tudo tem de acontecer na cabeça da célula cancerígena, toda sua descendência é formada exatamente à sua imagem. Assim, ela é totalmente autárquica e cria seus filhotes sem ajuda externa, virgem por assim dizer. Com essa prole, ela vai de cabeça contra a parede, no mais verdadeiro sentido da palavra. 

Nem mesmo as membranas basais, os mais importantes muros fronteiriços entre os tecidos, podem resistir às suas agressões.

A célula cancerígena demonstra da mesma maneira crua seu enorme problema de comunicação, reduzindo todas as relações de vizinhança a uma política da cotovelada agressivamente reprimida. Com a energia nascida de sua imaturidade virginal, ela não tem escrúpulos em fazer valer a lei do mais forte e, espremendo seus vizinhos mais frágeis contra a parede, ela os destrói ou os transforma em escravos. 

Ela sacrifica o acesso ao padrão das estruturas adultas em favor da independência. Ela desistiu da comunicação com o campo de desenvolvimento para o qual unha sido destinada em favor do egoísmo e de reivindicações de onipotência e imortalidade. O problema de comunicação ganha expressão simbólica na respiração celular destruída, já que a respiração representa o inter-câmbio e o contato.

5. Fases de desenvolvimento do sintoma

A imagem delineada até agora parece fazer justiça somente a uma pequena parte dos pacientes de câncer pois estes, de uma maneira geral, apresentam um padrão de comportamento que parece antes o contrário. 

Isso se deve a que o padrão reprimido do câncer quase sempre, por um lado, compensa, e por outro descreve tais perfis de personalidade na época anterior ao surgimento do sintoma. Mas nesta fase o corpo também apresenta uma imagem muito diferente. É o estágio da excitação contínua, que os tecidos e suas células toleram sem reagir. 

Elas tentam se proteger e erguer barreiras na medida do possível para, através da imobilidade, sobreviver, ou seja, suportar a desagradável situação. Caso uma célula experimente rebelar-se contra a estimulação prolongada e tente seguir seu próprio caminho, degenerando, saindo da espécie, essa insurreição é imediatamente reprimida pelo sistema imunológico.

Neste padrão, que corresponde à primeira fase da doença, fica caracterizada a personalidade típica do câncer. São pessoas extremamente adaptadas que tentam viver da maneira mais despercebida possível, adequando-se às normas e jamais incomodando alguém com as próprias exigências. 

Elas em grande medida ignoram os desafios para crescer espiritualmente e para o desenvolvimento anímico, já que de maneira alguma querem se expor. Sua vida é pouco estimulante em um duplo sentido: por um lado elas evitam, sempre que possível, experiências novas que poderiam movimentar sua vida, já que mal se atrevem a aproximar-se de suas fronteiras. 

Elas tratam de ignorar os poucos estímulos que rompem sua couraça defensiva. A repressão das possibilidades de experiências-limite reflete-se imperceptivelmente na interrupção da atividade defensiva do corpo, que mantêm tudo seguramente sob controle. Experiências que ultrapassam os limites ou simplesmente alguma inofensiva pulada de cerca são sufocadas ainda em gérmen para, a qualquer preço, manter a situação costumeira como sempre.

O degrau seguinte da escalada mostra como esse preço pode ser alto: é quando a corrente de impulsos de crescimento estancada durante anos rompe o dique da repressão e goza descontroladamente a vida até o esgotamento. Após o rompimento do dique, não há nem volta nem parada. 

O corpo lança-se àquele outro extremo que até então tinha reprimido abnegadamente. Freqüentemente o fenômeno da repressão mostra-se tanto na história anímica da vida como na história das doenças do corpo. Não é raro encontrar as chamadas anamneses vazias, ou seja, que o afetado não apresentava o menor sintoma anos e até décadas antes do surgimento do câncer. 

O que à primeira vista parece uma saúde imaculada, revela-se como rigorosa repressão a um olhar mais atento. Não somente os desvios anímicos da norma, os desvios corporais também foram totalmente reprimidos. Nesse contexto, o psico-oncologista Wolf Büntig fala de "normopatia" quando o ater-se rígida e inflexivelmente às normas transforma-se em doença. 

O que poderia parecer como contenção simpática ou nobre, pode ser na verdade repressão de impulsos vitais e, em última instância, vida não vivida. Assim como a célula sob estimulação forte e constante faz tudo o que pode para continuar desempenhando seu dever como célula do intestino ou do pulmão, os pacientes também tentam perseverar no cumprimento satisfatório de seus deveres como filha, filho, mãe, pai, subordinado, etc., em detrimento de suas necessidades individuais. O próprio desenvolvimento deve ficar para trás, como acontece com a célula martirizada.

De maneira correspondente, a tendência fundamental dessa vida "não vivida" é também reprimida. Muitas vezes o afetado não tem consciência de sua disposição depressiva latente, da mesma maneira como não é consciente da repressão das tentativas de insurreição do corpo. 

O meio ambiente não percebe nada, já que ele não mostra nenhuma inclinação a participar disso, demonstrando menos ainda qualquer disposição a realmente compartilhar sua vida com outros. É somente quando o dique é rompido e a vida reprimida irrompe que a disposição de participar vem à língua de maneira livre e veemente.

Na fase do surgimento do sintoma, os afetados já são de fato "pacientes", eles são sofredores assombrosamente pacientes. Independentes em grande medida do meio que os cerca e em prol das boas relações de vizinhança, eles o tempo todo dão mostras de amigável consideração. 

Além disso, eles são pessoas confiáveis com quem se pode contar, embora estejam repelindo os impulsos de mudança ainda em gérmen. Em seu esforço para não incomodar e não ser um fardo para ninguém, não é difícil para os pacientes fazer amigos. 

Mas isso impede que se formem amizades profundas, já que eles não conhecem nem a si mesmos em sua individualidade e não podem nem mesmo mostrar-se realmente. Como eles não apóiam a si mesmos, parece fácil aos outros estar a seu lado. 

Então, quando no decorrer da doença aparecem traços de caráter mais profundos, porque eles co meçam a afirmar sua própria vida, não é fácil nem para os pacientes nem para o meio circundante aceitar essas facetas totalmente inesperadas. 

Os pacientes normopatas têm freqüentemente a seu redor pessoas que estão em dívida para com eles. Como eles sempre se esforçaram para fazer tudo direito e deixaram para trás o próprio crescimento, pessoas com uma ressonância correspondente passam a estar agora a seu lado.

O comportamento social dos pacientes pode ser descrito exemplarmente a partir do componente social a que chamamos "maioria silenciosa", à qual eles mesmos pertencem muitas vezes. Com razão eles se consideram pilares da sociedade. 

Entretanto, por trás dessa fachada de ordem modelar espreitam todas aquelas características contrárias que se tomam evidentes no nível substituto, no corpo, quando o segundo estágio do surgimento do câncer se instaura. O que jamais foi ventilado na consciência encontra agora seu palco, um palco onde acontecem sobretudo dramas, ou seja, “jogos de sombra".

Os impulsos de mudança que foram repelidos ao longo dos anos se estendem pelo corpo sob a forma de mutações. Esquece-se o que se faz ou se deixa de fazer, agora a única coisa que interessa é a própria ego-trip. 

A perfeita adaptação social transforma-se em parasitismo egoísta que não respeita nem a tradição nem os direitos alheios. E se antes a pessoa não se permitiu uma única opinião própria, emerge agora das sombras a longamente reprimida pretensão de dar forma a todo o mundo (corpo) segundo a própria imagem. 

O organismo é saturado de filiae, as filhas portadoras da morte. A sementeira anímica retida por longo tempo emerge agora corporalmente em tempo recorde e mostra como era forte o desejo até então não vivido de auto-realização e de imposição dos próprios interesses.
A erupção do sintoma pode tomar visível uma grande parte das reivindicações reprimidas do ego, em contraste com o comportamento do paciente. 

Quando esses componentes sombrios saem à superfície, é principalmente o meio circundante que fica admirado. Pessoas até então pacatas exigem repentinamente que tudo gire em turno delas e de "sua doença". Tendo o diagnóstico como álibi, elas agora se atrevem a virar a mesa e deixar que os outros dancem segundo sua música. 

A contenção e, literalmente, o compasso podem agora ser atirados sobre a amurada para serem substituídos por sons totalmente novos. Pessoas idealmente adaptadas repentinamente saem da raia e pulam a cerca. 

Por mais desagradável que tal atitude possa ser para o meio circundante, há nisso uma grande oportunidade para o afetado. Caso a partir de agora os princípios de transformação, de auto-realização e de consecução passem a ser vividos no plano anímico-espiritual e se tornem visíveis no nível social, o plano corporal é aliviado. 

Entretanto, muitos pacientes foram tão longe no papel de cumpridor das normas que chegam a manter o papel de mártir mesmo em face da morte. Sem o alívio do plano anímico, o princípio do ego permanece voltado exclusivamente para o palco do corpo. 

As chances de acabar com o câncer são muito melhores quando toda a pessoa admite o confronto e não envia unicamente o corpo como seu representante na batalha. Para acabar realmente com algo, é necessário primeiro admiti-lo.

Após a primeira fase de contenção e a subseqüente erupção do câncer, fase que muitas vezes dura décadas, confronta o paciente a última etapa, de caquexia, com um terceiro padrão. O como se entrega à devoração de suas energias pelo câncer. No sentido mais verdadeiro da palavra, ele se deixa devorar sem oferecer resistência. 

A devoção e a entrega ao curso do destino são vividos substitutivamente pelo corpo. Ao final, todo paciente vivencia este tema. conscientemente, quando consegue trazer a temática de volta ao nível espiritual, ou inconscientemente caso o corpo seja abandonado em sua atitude de entrega e o paciente continue lutando contra o inevitável. 

Parece haver aqui uma contradição, já que imputamos ao afetado o fato de ele não lutar o suficiente, deixando-se conduzir pela vontade dos outros. Neste ponto há um encontro de dois planos, dos quais nos ocuparemos no próximo capitulo. Por um lado, o paciente de fato luta muito pouco, por outro lado ele luta em demasia. 

Em relação a seu ambiente, que o degrada a determinadas funções, ele decididamente luta pouco. Para isso ele se defende tanto mais de suas tarefas vitais, seu caminho e seu destino. Ele poderia abandonar essa resistência com toda a confiança. Em qualquer caso, seu sintoma o força a isso, pois tanto vencendo o câncer como sendo vencido por ele, a fase de rendição ocorrerá .

6. Regressão e religião

Paralelamente àquilo que foi dito até agora, torna-se claro na regressão um outro motivo básico do adoecimento por câncer que, igualmente mergulhado nas sombras, é vivido de maneira substitutiva pelo corpo. Regressão é a volta aos inícios, à origem. 

Os afetados perderam o contato com sua origem primária, as células do tumor têm de viver o tema em si mesmas e o fazem corporalmente à sua maneira letal. A pessoa evidentemente precisa do relacionamento vivo com suas raízes, a re-ligio.

Mas isso não significa apenas o passo atrás mas também uma retomada. Somente o passo atrás que se toma uma religação torna o progresso real possível. Essa aparente contradição é expressa também na imagem do câncer. Por um lado as células dão um passo atrás e retrocedem às primitivas formas juvenis e por outro, com a tendência à onipotência e à imortalidade, progridem furiosamente.

Tal contradição somente pode ser resolvida pelo sentido primário da religião. Religio quer dizer religação com a origem, com a unidade. Por outro lado, esta unidade chamada de Paraíso pela cristandade, é também o objetivo do caminho de desenvolvimento cristão. 

Segundo a Bíblia, os homens provêm do Paraíso e um dia devem voltar para lá. É o caminho que vai da unidade inconsciente para a unidade consciente. A expulsão do Paraíso é completada pelo retorno do filho pródigo à casa de seu pai. 

Podemos ver quão profundamente este padrão arquetípico está enraizado no ser humano pelo fato de a religião hindu descrever o caminho de maneira bastante análoga: “Daqui para aqui”. O antigo símbolo do uroboro, a serpente que morde a própria cauda, é a imagem mais oportuna deste padrão verdadeiramente abrangente. 

As religiões sempre descrevem o caminho rumo à iluminação, ou seja, rumo à imortalidade, com uma caminhada para a frente em direção à saída, e o caminho como um movimento circular, ou seja, em espiral. Consideração e cuidado são igualmente necessários e visam o mesmo objetivo, a unidade.

Nos pacientes de câncer, a recuperação da consciência da origem com a pergunta "De onde venho?", assim como a perspectiva futura, com a pergunta "Para onde vou?", saíram da consciência para mergulhar nas sombras, passando a ser representadas corporalmente. 

O cuidado e consideração exagerados com que os afetados se mantêm nos estreitos limites da vizinhança e do futuro concretos mostram como eles se tomaram míopes para o significado direto das perguntas. 

Eles têm tanta consideração para com as outras pessoas, sua moral e suas regras de vida e vão ao encontro do amanhã e de tudo o que é novo e distante com tanto cuidado, que não sobra espaço algum para as grandes questões do passado e do futuro. 

O processo cancerígeno, com sua regressão ao abismo e seu avanço desesperado, É um espelho tão terrível como fiel da situação.

O retomo consciente ao inicio, com suas possibilidades ilimitadas, e a busca de valores eternos, são caminhos totalmente validos. O deslocamento para o inconsciente, ao contrário, leva à “doença como caminho". E também esse caminho é sempre um caminho que, mesmo sendo terrível, traz em si a possibilidade de dar frutos. É algo assim como uma última sacudida para que se desperte para as próprias necessidades.

É aí que se encaixa a experiência psicoterapêutica de que freqüentemente os pacientes de câncer são profundamente "arreligiosos". E ainda que muitos perfis de personalidade pareçam contradizer isso e enfatizem a religiosidade e a devoção ao destino, trata-se na maioria das vezes daquela crendice de igreja que não tem nenhum ponto de contato com a religio, mas que deixa que a vida seja administrada e regulamentada pela autoridade eclesiástica. Aferrar-se a prescrições religiosas é na verdade o contrario da religio e deixa o coração frio e vazio. 

O que parece uma impressionante vida religiosa para o exterior, evidentemente pode ser oco no íntimo. A falta de vida no centro de uma atividade externa exagerada é representada anatomicamente por muitos tumores que têm seus centros necrosados (= partes mortas). 

De maneira semelhante, a devoção, a entrega ao destino descoberta pelos sociólogos da medicina não deve ser confundida com a postura religiosa do "Seja feita a Sua vontade!". Na maioria das vezes, trata-se de resignação em relação a um destino sentido como superior, mas que não se aceita. 

No mais profundo intimo, a base da entrega não é a confiança na criação de Deus, mas sim o desespero e a impotência. Em vez de entregar-se à vida e às suas possibilidades, os pacientes potenciais de câncer estão entregues a seus cuidados e considerações a curto prazo e a um medo fundamental da existência.

7. O câncer como caricatura de nossa realidade

Relatos sobre pessoas com câncer que foram «inesperadamente ceifados da vida pela pérfida doença na flor da idade, no auge de suas carreiras e de suas responsabilidades" parecem contradizê-lo diametralmente. 

Quando se observam as histórias de vida que estão ocultas por trás disso, tal forma de falar reflete uma assombrosa cegueira para temas sombrios. Um olhar mais atento revela que o acontecimento não se deu de forma assim tão repentina e sem prévios sinais de alarme. Justamente a falta de qualquer reação corporal e qualquer sintoma é um sinal de "normopatia".

A ênfase nas grandes responsabilidades, quando examinada com precisão, revela que o afetado cumpria com o seus deveres sem se queixar. Responsabilidade, ao contrário, significa a capacidade de dar uma resposta às necessidades da vida . Mas os pacientes potenciais de câncer não possuem essa capacidade. 

Como eles não podem impor limites e mal podem dizer não, eles facilmente se deixam sobrecarregar com obrigações. Por outro lado, eles as assumem de bom grado, para dar um sentido externo a suas vidas - na falta de um sentido interno. Os logros e êxitos obtidos são portanto bons disfarces - por trás dos quais pululam sentimentos de falta de sentido e depressões.

A psiquiatria conhece como depressão larval aquelas depressões por trás das quais se ocultam sintomas físicos. Por ocasião do acontecimento cancerígeno, não é raro encontrar depressões ocultas atrás do êxito externo. 

Aqui, a larva é tida em tão alta consideração pela sociedade que não se pode nem mesmo pensar em um sintoma. Sob muitos pontos de vista, a típica personalidade cancerígena é considerada modelar. 

Ela é valente e não agressiva, quieta e paciente, atua de maneira equilibrada e tão simpática porque não é egoísta, além disso é desinteressada e solicita, pontual e metódica não lhe falta praticamente nenhum dos ideais desta sociedade, e portanto não é de admirar que esteja intimamente ligada a esse sintoma. 

O êxito social, apesar ou justamente devido à rigidez interna, pertence ao âmbito dos típicos ideais secundários, mas se ajusta perfeitamente à imagem ideal do homem moderno. Tampouco se pode negar que o câncer obtêm um êxito impressionante no plano superficial. Praticamente nenhuma outra doença pode subjugar um organismo e ajustá-lo a seu próprios desígnios tão rapidamente, nenhuma é tão tenaz e resistente às medidas defensivas e terapêuticas.

Não é de admirar que tenhamos tanto medo do câncer, já que nenhum outro sintoma está mais equipado para nos mostrar o espelho. O câncer personifica a transformação dos dignos ideais secundários no pólo oposto, o principio do ego total. A caricatura física desse ideal costuma ser levada a mal, como toda caricatura. Mas sempre que tal ocorre como uma caricatura desse destino, isso não acontece porque ela é falsa, ao contrário: ela se ajusta a ele e até mesmo o supera.